domingo, 29 de julho de 2007

Um domingo na Sibéria da solidão.

Recife, 29 de julho de 2007. Domingo.

O dia começou com o escandaloso despertador gritando, anunciando a tragédia que se seguiria. Acho que não há objeto mais odiado que um despertador estridente. Pois bem... O susto foi tão grande que eu dei um pinote na cama e me agarrei no lustre, que não agüentou o peso e desabou comigo, tingindo de cinza o meu belo pijama de seda oriental. Entra a minha mãe no quarto, despejando um vendaval de exclamações nem um pouco elogiosas.

Durante o banho morno, nos poucos momentos permitidos pela latejante ressaca, pensava: "Calma, o dia vai melhorar, o Sport joga hoje..." Ledo engano, para a minha tristeza. Sentei à mesa para o almoço, ainda sob o olhar emburrado da véia, que vigiava o tremendo (aqui essa palavra pode ser entendida até como literal) esforço que eu fazia ao levar o garfo à boca. A sesta sagrada na minha redinha da varanda foi interrompida por um implicante São Pedro.

Dei de ombros conformado, sabia que aquele não era o meu dia. Ainda assim, reuni alguns amigos e fui ver o meu Sport jogar. A pé, é claro, pra dar a chance de São Pedro me molhar de novo. O jogo... esse eu não quero nem começar a falar dele, pois não acabaria esse parágrafo... destruiria o PC antes. Basta dizer que voltei do jogo andando, sozinho, com frio, molhado e ouvindo gracejos de alguns anti-Sport que existem na cidade. No céu, uma lua transbordante servia de inspiração aos namorados. Lembrei, com inveja, de um amigo meu, que tem todos os prós de um namoro, mas que sabiamente driblou o zagueiro da possessividade feminina.

Ah, mas ainda não tinha terminado. Finalmente cheguei em casa, não sem antes passar por aquele porteiro que é o tricolor mais chato de "Caza Amalera". Abro a porta e me deparo com a cerimônia de encerramento do Pan (quer coisa mais chata que essas cerimônias? Talvez só Domingão do Faustão).

Tomei uma ducha morna pra lavar o dia, entrei no MSN pra garimpar o que fazer num domingo chuvoso em Recife. Mais gracejos. E cá comigo mesmo pensei: "Diabos, por que cargas d'águas ainda não inventaram namoro dominical?!" Ah Recife... Macondo da existência.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Academia Brasileira de Letras Bêbadas (ABLB)

Quem bate o centro e inicia - espero que com o pé direito - este espaço, é um mero estudante da ciência da boemia. Aqui quem vos fala é Paulo Bilola (Paulinho Brahma, ou como queira chamar, caso se agrade mais de outro nome).

A diferença entre um simples bebum e um boêmio, é que, enquanto o primeiro devora a garrafa com os olhos, mesmo antes de abrir, o segundo sorve cada gole com apreço e reflexões... Mas isso eu não preciso dizer a vocês, seletos amigos, que, com toda a certeza já são escolados na mais nobre e bela das artes.

Como todo boêmio é, antes de tudo, um ser romântico e literário, achei por bem criar este blog, que tem como objetivo soar como um sussuro, mesmo um "bafejo" de idéias ou meras constatações... Distoando assim de algumas apelações gritantes e amostradas que se vê por aí. Os temas são os mais variados, desde um episódio qualquer, a uma queixa no idioma carençolandês, do nosso querido Xico Sá.

Apreciem sem moderação.